Quem segura Roger Federer?

Quem segura Roger Federer?

O ano de 2017 segue surpreendente em relação ao que se projetava no início da temporada.

O fato é que a tão aguardada briga entre Andy Murray e Novak Djokovic pela liderança do ranking tem sido ofuscada por nomes em ascensão no circuito e pela volta consolidada do maior tenista de todos os tempos:

Roger Federer. 

 

Enquanto Murray segue irreconhecível em relação ao 2° semestre do ano passado e Djoko vive um claro momento de transição técnica e mental, Federer desfila, joga solto, leve, com coragem e agressividade de sobra — um estilo de jogo que flui plenamente diante dos variados recursos que possui.

Após o retorno épico no Australian Open, onde venceu Rafael Nadal e conquistou o 18° Grand Slam da carreira, neste domingo Roger garantiu o pentacampeonato de Indian Wells — seu 25° Masters 1000 — ao superar o compatriota Stan Wawrinka por dois sets a zero (6-4 e 7-5).

O caminho de Federer na Califórnia revela um gênio de 35 anos em plena forma.

Logo nas oitavas, o suíço reencontrou Nadal e venceu com propriedade o 2° ‘Fedal’ da temporada; nas quartas foi poupado de um duelo com o então embalado Nick Kyrgios — que havia eliminado Djokovic, mas abandonou o torneio por conta de uma intoxicação —, e na semifinal superou um dos grandes destaques da nova geração: o carismático americano Jack Sock, que faz grande temporada e vinha de vitórias sobre nomes como Kei Nishikori e Grigor Dimitrov.

Wawrinka, entre um ‘perrengue’ e outro, evoluiu demais ao longo da competição, honrou o posto de número 3 do mundo e chegou à final depois de passar por Dominic Thiem nas quartas e pelo promissor espanhol Pablo Carreño Busta — que, assim como Sock, alcançou a primeira semi de Masters 1000 da carreira.

Na decisão, Stan bem que tentou propor o jogo, foi pra cima de Federer, soltou o braço, mas nada pôde fazer diante do volume de tênis do compatriota.

É coisa de outro mundo!

Assim como escrevi após o Australian Open, o Leão da Montanha transcende o tênis, é fenomenal e já levou os dois maiores torneios da temporada até aqui.

Apesar de não estar envolvido na briga pela liderança do ranking (ainda) e do circuito passar por um claro momento de ascensão de jovens jogadores, a verdade é que enquanto Federer existir, o esporte girará ao seu redor.

 

Feminino

 

Elena Vesnina e Svetlana Kuznetsova

 

Entre as mulheres, a final russa entre Elena Vesnina e Svetlana Kuznetsova foi simplesmente espetacular, com três horas de jogo e título inédito de Vesnina após vitória acirrada por dois sets a um.

Sem Serena Williams (que não disputou o torneio) e Angelique Kerber, eliminada precocemente na Califórnia, o circuito feminino mostra que também vai muito além da briga pela liderança do ranking.

A oscilação física de Serena e técnica de Kerber dão espaço para outras jogadoras.

Quem ganha é o tênis.

 

Duplas

 

Marcelo Melo e Lukasz Kubot e Rejeev Ram e o sul-africano Raven Klaasen

 

E o Masters 1000 mais cobiçado pela maioria dos tenistas quase teve título brasileiro nas duplas.

A verdade é que Marcelo Melo e o polonês Lukasz Kubot deixaram escapar uma chance e tanto na finalíssima contra o norte-americano Rejeev Ram e o sul-africano Raven Klaasen: venceram o primeiro set, mas tomaram a virada, desperdiçando boas oportunidades no super-tiebreak decisivo.

Verdade, também, é que o Girafa ainda sofre com a oscilação do parceiro polonês, mas é inegável a evolução de entrosamento e a boa campanha em Indian Wells, onde venceram Bruno Soares e Jamie Murray na semifinal.  Q

Quem também vem evoluindo muito é a parceria de Marcelo Demoliner com o neozelandês Marcus Daniell. Juntos, eles conquistaram neste domingo o Challenger de Irving, torneio com premiação de US$ 150 mil, ao vencer a dupla favorita formada pelo francês Fabrice Martin e pelo austríaco Olivier Marach.

Vitória por dois sets a zero e título importante para quem vai se consolidando cada vez mais no circuito de duplas. Boa, Demo!

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